Informação sobre fibromialgia, causas, sintomas e tratamento da fibromialgia, identificando o modo como se obtêm diagnóstico


Inibidores da recaptação da serotonina no tratamento da fibromialagia

Os Inibidores da recaptação da serotonina promovem aumento da quantidade de serotonina entre os neurônios e, com isto, reduzem a fadiga, melhoram o raciocínio e o ânimo do paciente. Podem atuar também sobre a dor, pois também promovem um modesto aumento nos níveis de endorfinas. A trazodona é considerada uma droga inibidora da recaptação da serotonina e antagonista alfa 2. É indicada quando o distúrbio do sono for o sintoma mais proeminente. Apresenta uma forma de atuação diferente da dos antidepressivos tricíclicos, com maior tolerabilidade por parte do paciente e com eficácia clínica comprovada. Reduz o número de despertares intermitentes durante o sono e aumenta a porcentagem de sono profundo durante a noite.
As drogas inibidoras seletivas da recaptação da serotonina levam de 2 a 3 semanas para começar a agir.
Na fibromialgia, da mesma forma que os antidepressivos tricíclicos, as doses recomendadas de inibidores da recaptação da serotonina são bem menores que as necessárias para a ação antidepressiva. Mesmo em doses baixas possuem ação ansiolítica. A fluoxetina é a droga-protótipo desse grupo, mas a sertralina e a paroxetina também podem ser empregadas. Recomenda-se o uso em associação com antidepressivos tricíclicos, mas também podem ser usadas isoladamente, desde que se monitorem seus efeitos sobre o sono.

Antidepressivos tricíclicos no tratamento da fibromialagia

Os antidepressivos tricíclicos estão disponíveis há mais de 40 anos e constituem a primeira escolha na abordagem da fibromialgia. Trazem benefício à curto prazo, em geral nas duas primeiras semanas de tratamento.
Os antidepressivos tricíclicos possuem ação analgésica indireta, não causam dependência e não possuem efeito narcótico. Promovem aumento da quantidade de neurotransmissores como serotonina, dopamina e norepinefrina. Isso resulta em aumento na quantidade de sono profundo, favorecimento da transmissão neuronal mediada por serotonina, potencialização da ação analgésica das endorfinas e relaxamento muscular. Os antidepressivos tricíclicos e seus derivados mais utilizados no tratamento da fibromialgia são amitriptilina, ciclobenzaprina, imipramina e nortriptilina. Espera-se que o paciente melhore logo no primeiro mês de tratamento, o qual se prolonga por um período de aproximadamente seis meses, após o qual, procura-se reduzir a dose da medicação, até ser possível a sua retirada.
A amitriptilina demora de 2 a 3 horas para agir e seus efeitos duram em torno de 8 horas. Portanto, recomenda-se que essa medicação seja tomada com alguma antecedência ao deitar. As doses recomendadas para se obter alívio da dor, relaxamento muscular e sono restaurador são bem menores que as necessárias para a ação antidepressiva. A ciclobenzaprina, também é muito eficiente no controle da dor muscular.
Não é propriamente um antidepressivo, mas sua estrutura molecular se assemelha à dos tricíclicos.
É considerada, um relaxante muscular de ação central; portanto não interfere com a função muscular.
Melhora o espasmo muscular, reduz a dor e melhora a motricidade rapidamente, já no primeiro dia de uso.
Além disso, apresenta menos efeitos colaterais que os antidepressivos tricíclicos em geral.

Antiinflamatórios no tratamento da fibromialagia

Os antiinflamatórios bloqueiam a ação de prostaglandinas, que são substâncias que veiculam a dor e a inflamação. Na fibromialgia os antiinflamatórios não são muito eficazes, porém auxiliam no controle da dor quando em associação com outros medicamentos. Atuam também em sintomas associados à fibromialgia como a tensão pré-menstrual, cefaléia e dor articular. Recomenda-se que os antiinflamatórios sejam usados na fibromialgia na abordagem de queixas dolorosas mais proeminentes. Os antiinflamatórios apresentam efeitos colaterais possíveis, em especial quando são usados de forma contínua.

Fibromialgia e depressão

A síndrome da fibromialgia pode variar desde sintomas leves até casos em que as dores, fadiga e depressão sejam tão intensas que impeçam o desempenho da atividade profissional e social. A incapacidade funcional dos doentes de síndrome da fibromialgia reflete-se adversamente no desempenho ocupacional, dificultando a realização de uma série de tarefas motoras e cognitivas. Os sintomas da síndrome da fibromialgia causam grande impacto no cotidiano e promovem a ruptura da rotina, cuja conseqüência tende a se manter ao longo do tempo, em razão da cronicidade da doença. Os impactos sociais desestabilizam as relações familiares, restringem o contato social e interferem nos hábitos e rotinas dos doentes, obrigando-os a esforços contínuos de adaptação à nova realidade. Pacientes com síndrome da fibromialgia apresentam pior qualidade de vida que pacientes com outras doenças crônicas, como artrite reumatóide, câncer, doença pulmonar obstrutiva crônica e lúpus eritematoso sistêmico.
Por ser uma doença de origem não determinada e cura incerta, a síndrome da fibromialgia provoca sentimentos de vulnerabilidade e desamparo.
A prevalência de anormalidades psicológicas, particularmente a depressão, é elevada entre estes pacientes, variando de 49% a 80%. A depressão pode iniciar ou perpetuar os sintomas da síndrome da fibromialgia, provocar limitações funcionais importantes e, conseqüentemente, influenciar a qualidade de vida dos pacientes.

Fibromialgia e atividade fisica

No tratamento da fibromialgia, a inserção da atividade física é fundamental. O exercício pode melhorar a disposição, o sono, auxiliar as respostas ao estresse e, após algum tempo, diminuir a sensação de dor. As evidências sugerem, até o momento, que as atividades aeróbias e sessões de alongamento são benéficas, com leve superioridade das atividades aeróbias, pois seu efeito terapêutico influencia vários aspectos da fibromialgia, tais como, melhora das alterações isquêmicas e metabólicas nos tender points, além de aumentar os níveis de endorfinas e melhorar o estado mental e o padrão de sono.
utilizada no tratamento da fibromialgia é o exercício resistido com pesos (musculação).
Contudo, esse tipo de atividade não é muito utilizado, pois no início das sessões os pacientes relatam dor durante a execução dos exercícios, o que leva a uma grande desistência por parte dos praticantes.
a atividade física deve ser realizada de maneira progressiva, individualizada e se possível supervisionada, proporcionando um grande efeito analgésico.
Alguns estudos mostram melhora global, inclusive na auto-estima de pacientes que praticam atividade física.
A oxigenação dos músculos e os índices de compostos de alta energia são melhorados com a prática regular de exercícios físicos.
Para as pessoas portadoras de fibromialgia a atividade física é de suma importância. Porém ela deve sempre ser muito bem orientada e o paciente deve fazê-la não por obrigação e necessidade, mas sim por prazer, uma vez que ela poderá proporcionar uma vida melhor, permitindo a realização das atividades cotidianas e melhorando a qualidade de vida.

Fibromialgia e estresse

Vários fatores estressores podem desencadear a fibromialgia, já que uma das teorias que tentam explicar a causa desta síndrome é a predisposição genética aliada a fatores de estresse.
De maneira simplificada, o estresse pode ser definido como uma resposta não específica do organismo a qualquer estímulo que possa interferir na sua homeostase.
Contudo, para Nieman, estresse é qualquer ação ou situação que submete uma pessoa a demandas físicas ou psicológicas especiais, ou seja, é qualquer fator que a desequilibre. Já para Batista e Dantas, o estresse é a combinação de sensações físicas, sociais e mentais que resultam de vários estímulos de preocupações que demandam uma adaptação. A resposta de estresse pode gerar respostas boas ou ruins, dependendo da situação e do momento. Para Selye, ocorrem demandas psicológicas e orgânicas, em ambas as respostas, que levam a uma adaptação fisiológica similar. A intensidade dessa resposta depende da percepção do indivíduo sobre a gravidade da situação. Segundo Selye, se os aspectos estressores forem mantidos por muito tempo, o organismo poderá atravessar três fases:

1ª) Reação de alarme:
estágio inicial, no qual o organismo se mobiliza para responder ao estímulo estressor; 2ª) Estágio de resistência:
no qual ele lutaria para vencer as cargas que lhe estão sendo impostas pelo agente estressor; 3ª) Estágio de exaustão:
Significa uma somatização latente, onde os sintomas da reação de alarme retornam, podendo levar até mesmo à morte.

Segundo Nieman, quando os indivíduos são levados a situações extremamente estressantes, várias alterações fisiológicas podem ocorrer, tais como, aumento da freqüência cardíaca e da pressão arterial, e elevação dos hormônios de estresse e da atividade do sistema nervoso, o que pode ser bom até certo ponto, devido ao organismo se adaptar e ficar mais resistente aos estímulos estressores negativos que poderão surgir futuramente. Contudo, caso eles comecem a afetar sua condição mental e física, estes passam a ser prejudiciais.

Acupuntura como tratamento da fibromialgia

A acupuntura tem sido utilizada para tratamento de dores há séculos, porém sem evidências científicas fortes. Vários trabalhos realizados apresentam resultados contraditórios, de forma que não há consenso em recomendála para pacientes com Fibromialgia. Mesmo os trabalhos de autores orientais, adeptos da prática, em que o resultado é de uma eficácia maior, afirmam que há necessidade de pesquisas mais aprofundadas, com maior número de pacientes.
Ou seja, ainda não há um consenso sobre sua utilidade e ação terapêutica na Fibromialgia.

Medicamentos utilizados no tratamento da fibromialgia

Vários medicamentos podem ser usados no manejo da dor associada à fibromialgia.
Os medicamentos mais efetivos em aliviar os sintomas são os antidepressivos e os anticonvulsivantes. Isso porque essas drogas agem a nível central (cérebro e medula espinhal), que é importante no processamento da dor. Em contraste, medicações e técnicas que agem diminuindo a dor local, como antiinflamatórios e analgésicos são menos efetivos.
  • Antidepressivos tricíclicos: São frequentemente usados no tratamento inicial. Ensaios clínicos têm demonstrado importante melhora clínica em 25% a 45% dos pacientes tratados com essas medicações. Sua eficácia pode diminuir ao longo do tempo em alguns pacientes. O exemplar mais utilizado é a amitriptilina.
  • Ciclobenzaprina: Apesar de ser considerada um relaxante muscular, tem a estrutura química e o modo de ação similar a amitriptilina.
  • Inibidores da receptação da serotonina: Agem aumentando a concentração cerebral de serotonina, que regula a transmissão de mensagens pelos neurônios. A fluoxetina e a paroxetina são exemplares desse grupo.
  • Dupla inibição da recaptação: A combinação de amitriptilina com fluoxetina mostrou-se superior, quando comparada com cada droga isolada. Uma nova classe de antidepressivos chamados de duplos inibidores da recaptação tem se mostrado efetiva no tratamento da fibromialgia. Essas medicações afetam dois neurotransmissores cerebrais, a serotonina e a norepinefrina. Um exemplar atualmente disponível é a duloxetina.
  • Anticonvulsivantes: Eram primariamente usadas no tratamento da epilepsia. Ajudam a aliviar a dor e melhorar o sono. O exemplar mais conhecido e a gabapentina.
  • Antiinflamatórios: A fibromialgia não causa inflamação tecidual, portanto agentes como ibuprofeno e naproxeno não aliviam a dor. Entretanto, quando usados, antiinflamatórios não esteróides podem ter algum benefício.
  • Analgésicos: Acetaminofeno e tramadol, isolados ou em conjunto podem ser úteis. Eles são geralmente usados em combinação com medicamentos ativos no sistema nervoso, quando não se mostrarem efetivos isoladamente. O tramadol é um agonista fraco de opióides e também inibe a receptação da serotonina e da noradrenalina no corno dorsal.