Informação sobre fibromialgia, causas, sintomas e tratamento da fibromialgia, identificando o modo como se obtêm diagnóstico


Fibromialgia - Histórico

Embora o conceito atual da fibromialgia tenha sido descrito somente a partir dos anos 70 do século 20, a fibromialgia é uma síndrome antiga. Hipócrates já a descrevia como o reumatismo das histéricas, ao relatar casos de mulheres com dor generalizada associada a importante componente psiquiátrico. Durante muito tempo usou-se de forma inadequada e por desconhecimento científico, o termo reumatismo psicogênico para descrever a fibromialgia. Certamente a fibromialgia não é psicogênica, mas sofre influências do componente psiquiátrico associado, como observado em outras condições dolorosas crônicas. O conceito atual de fibromialgia foi introduzido por Smythe e Moldofsky entre 1975 e 1977, ao descreverem a presença de pontos dolorosos específicos (os chamados “tender points”) e as alterações do sono durante a fase 4 de sono profundo (n-REM) desses pacientes. O termo fibromialgia foi proposto pela primeira vez por Yunus e colaboradores em 1981. A partir daí vários critérios diagnósticos foram sendo elaborados por diferentes grupos de pesquisadores. Em 1990 o Colégio Americano de Reumatologia nomeou um comitê que desenvolveu os critérios para a classificação da fibromialgia e que têm sido utilizados até os dias de hoje. A combinação de dor difusa, definida como bilateral, sobre e debaixo da cintura, e axial, com pelo menos três meses de duração associada à presença de pelo menos 11 de 18 pontos dolorosos previamente especificados, apresentou uma sensibilidade de 88,4% e uma especificidade de 81,1% para o diagnóstico. O envolvimento do sistema nervoso central na fibromialgia foi descrito a partir de 1999 inicialmente por Russel, mas principalmente por Bennett, seguido posteriormente por outros pesquisadores. Progressivamente, durante a primeira década do século 21, com a demonstração científica de alterações químicas e sensitivas no sistema nervoso central corroborando a tese de “sensibilização central”, a fibromialgia e as outras doenças disfuncionais (cólon irritável, cefaleia tensional, dismenorreia primária, etc.) passaram a fazer parte do conceito atual das síndromes sensitivas centrais. Entre 2010 e 2011 novos critérios do Colégio Americano de Reumatologia para a fibromialgia são propostos, levando em consideração outros sintomas além da dor difusa em detrimento da palpação dos pontos dolorosos. Os sintomas devem estar estáveis e presentes por pelo menos três meses e não deve haver outra condição clínica que pudesse explicar essa sintomatologia.